A história, provavelmente todo o mundo já conhece: o menino que se recusa a crescer e envelhecer e vive no mundo encantado da Terra do Nunca. O psicólogo americano Dan Kiley aproveitou o gancho e na década de 80 escreveu um dos maiores sucessos na linha de livros de auto-ajuda,
A Síndrome de Peter Pan.
Mas será que em pleno século XXI o fenómeno ainda é actual? Segundo a psicóloga Silvana Martani, a síndrome é uma doença, uma predisposição de personalidade que o ambiente e a educação podem ou não acelerar. Por ser uma doença, o facto de o homem acual ser mais sensível não acabaria com a síndrome.
De acordo com a psicóloga, esse fenómeno - ou doença - não tem nada a ver com a questão da maturidade que vem antes para as mulheres do que para os homens. "As meninas, por um motivo biológico, tornam-se mulheres mais cedo, mas isso não quer dizer que os homens não serão maduros e responsáveis; eles se tornarão um produto da própria sociedade quando ela própria se limita e se confina em muros de
irremediável e insustentável deixar andar." Quanto mais cedo, na família portanto, a criança for confrontada com um mundo de diversidade e multifacetado, para o qual ela se tem de preparar como ser autónomo, responsável e crítico, mais depressa esses valores farão parte do seu tecido intrínseco de cidadão de plenos direitos e deveres.