autores---------- (enviado às 10 ENAs para a redacção do jornal)
MUITO IMPORTANTE! TENHAM CONSCIÊNCIA OS CP DA RATOEIRA EM QUE VÃO CAIR E EM QUE VÃO FAZER CAIR OS AVALIANDOS! HAJA CORAGEM E CLARIVIDÊNCIA!A Cilada Suicida
1. Os conselhos pedagógicos vão ter de aprovar instrumentos de registo de avaliação, supõe-se agora que num prazo mais dilatado.
2. Os instrumentos de registo mais relevantes são os referentes à observação de aulas.
3. Há, basicamente, quatro parâmetros para observar e avaliar -planificação, realização, relação pedagógica e avaliação e, no mínimo,4 critérios para cada um (podendo a escola escolher um quinto), numtotal de 16 ou 20 critérios.
4. Se a opção for - no caso da observação de aulas - seguir estareferência e adoptar para cada critério uma escala de diferencialsemântico de 4 (ou 5 níveis) terá o dito conselho de aprovar adescrição do desempenho correspondente a cada um dos níveis, num totalde 80 ou 100 descrições.
5. Nesta conformidade, o observador terá de realizar entre 80 a 100operações cognitivas, ponderando, julgando, avaliando qual o nível aatribuir.
6. Dada esta estruturação, há o risco óbvio das escolas aprovareminstrumentos de registo que vão fazer um retrato medíocre da grande maioria dos professores. Só os professores intensamente idealizadosque só existem na ficção poderão ver-se num espelho do muito bom.
7. O efeito desta cilada parece-me óbvio: os professores vão elaboraros espelhos que lhes vão dizer que são medíocres. O que não é verdade.O que é injusto. Porque há muito mais profissionalidade para além das grelhas e dos descritores.
(aliás Gimeno Sacristan já há mais de vinteanos denunciava esta ilusão objectivista de tudo querer medir econtrolar; e a própria pedagogia por objectivos que tem mais de 30 anos revelou-se limitada e empobrecedora).
8. E isto - grau máximo do cinismo - pode ser feito pelos própriosprofessores e seus órgãos pedagógicos.
9. Se cairmos nesta cilada, a destruição da auto-imagem estará assegurada e o êxodo e o burn out crescerão numa escala nunca vista.
José Matias Alves
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É impossível falar-se, com fundamento e exactidão, de política, de educação em valores e de educação ética sem conhecer as grandes obras da cultura ocidental. A pertinência e actualidade de um livro sobre as virtudes de sempre, escrito a escassos meses de passagem para o terceiro milénio, explicam-se pelo facto de vivermos uma época de transição, de mudança e de crise. Sabemos o que estamos a deixar para trás, mas ainda não sabemos aquilo que vamos encontrar. Não temos sequer a certeza de que aquilo para que nos dirigimos a toda a pressa seja melhor do que aquilo que estamos a deixar. Nunca, como hoje, a Humanidade deteve tantos instrumentos, técnicas e conhecimentos para poder ser feliz! Mas, também, nunca como agora a Humanidade desperdiçou tanto o seu potencial de felicidade! A família e a escola são as instituições que maior erosão sofreram nas últimas décadas. Está fora de questão um regresso ao passado. Tal é impossível e indesejável. Ao invés, é preciso caminhar em frente, construindo sobre esse passado, melhorando-o, recusando as suas partes-sombra e acrescentando-lhe o que a verdadeira cultura, tecnologia e ciência do nosso tempo têm para dar, com o fim de lhe proporcionar mais luz. As grandes obras da sabedoria ocidental são o colo, os vínculos e as referências seguras para que os homens de hoje possam aspirar a ser o Homem do terceiro milénio.