O trabalho do professor é material MAS também imaterial - nem tudo se pode medir...José Gil Ao Melhor Nível«Um sector gritante de extracção de mais valias de biopoder é o daEducação. Pela natureza do trabalho do professor (material e imaterial), é sempre possível fazer crer em que «modernizar» é igual a «gerir bem»igual a «ensinar bem». O que permite retirar o máximo da «modernização em mais valias materiais e imateriais. Por exemplo, a avaliação dos professores deve ser feita, mas os parâmetros impossíveis impostos pelo ministério, as aberrações nas exigências da assiduidade dos docentes, a quase impossibilidade de obter a nota máxima, as dificuldades extremas em subir na carreira, os estatutos dos avaliadores incompetentes na matéria avaliada, etc - estão a empurrar os professores para o abandono da profissão e para a reforma antecipada. A Educação sofre um massacre que provoca a fuga dos professores: não é isto um dos objectivos da «contenção», a redução do número dos docentes e dos custos da educação? A racionalidade necessária da avaliação esconde a outra racionalidade imposta pelo défice. Nisto tudo, uma questão me intriga: porquê tanto ódio, tanto desprezo, tanto ressentimento contra a figura do professor? »
(José Gil, Visão, 21 de Fevereiro de 2008, p. 28 - enviado por Filomena Vaz)